sexta-feira, 28 de agosto de 2009

leitura complementar: nova ortografia

atividade 01: literatura no período colonial

Darcy Ribeiro (1922-1997)
[Foi antropólogo e dedicou boa parte de sua vida ao estudo de diversos grupos indígenas brasileiros. Criou a Universidade de Brasilia, da qual foi ministro da Educação, ministro-chefe da Casa Civil e vice-governador do estado do Rio de Janeiro. Eleito senador em 1991, participou ativamente da elaboração de leis de proteção aos menores e estímulo a programas educacionais. Com a sua morte, calou-se uma voz em defesa dos índios e das crianças do Brasil.]

[...] Ao longo das praias brasileiras de 1500, se defrontaram, pasmos de se verem uns aos outros tal qual eram, a selvageria e a civilização. Suas concepções, não só diferentes mas opostas, do mundo, da vida, da morte, do amor, se chocaram cruamente. Os navegantes, barbudos, hirsutos, fedentos de meses de navegação oceânica, escalavrados de feridas do escorbuto, olhavam, em espanto, o que parecia ser a inocencia e a beleza encarnadas. Os índiso, vestidos da nudez emplumada, esplêndidos de vigor e de beleza, tapando as ventas contra a persistência, viam, ainda mais pasmos, aqueles seres que saíam do mar.
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil.
São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.44. (Fragmento).






Hirsutos: cabeludos.
Fedentos: fedorentos.
Escalavrados: arranhados.


Redija um parágrafo argumentativo em que você demonstre como os textos da literatura de viagens podem ser lidos como o registro do enfrentamento de duas civilizações: a européia e a indígena.
Antes de desenvolver seu parágrafo, sugiro as seguintes etapas.

  • Identifique, nos textos dos viajantes, a imagem que fazem dos índios e a imagem que fazem de si mesmos.

  • Identifique a imagem que Darcy Ribeiro faz dos índios e dos portugueses.

  • Compare as representações de índios e de portugueses feitas pelos relatos dos viajantes  e por Darcy Ribeiro.

  • Explique como os relatos de viajantes e o texto de Darcy Ribeiro aplicam de modo diferente os conceitos de "selvageria" e de "civilização".
[Cândido Portinari. O descobrimento do Brasil, óleo sobre tela (1956)]

sugestão de leitura: A Hora da Estrela, de Clarice Lispector.

Depois de muitos anos encontrei esse livro na minha estante, faz uns oito anos que li A Hora da Estrela, de Clarice Lispector e relendo-o vi como ele é aparentemente simples, mas complexamente instigante. Quem ainda não conhece, vale a pena lê-lo.
A história da nordestina Macabéa é contada passo a passo por seu autor, o escritor Rodrigo S.M. (um alter-ego de Clarice Lispector), de um modo que os leitores acompanhem o seu processo de criação. À medida que mostra esta alagoana, órfã de pai e mãe, criada por uma tia, desprovida de qualquer encanto, incapaz de comunicar-se com os outros, ele conhece um pouco mais sua própria identidade. A descrição do dia-a-dia de Macabéa na cidade do Rio de Janeiro como datilógrafa, o namoro com Olímpico de Jesus, seu relacionamento com o patrão e com a colega Glória e o encontro final com a cartomante estão sempre acompanhados por convites constantes ao leitor para ver com o autor de que matéria é feita a vida de um ser humano.


“Escrevo neste instante com algum prévio pudor por vos estar invadindo com tal narrativa tão exterior e explícita. De onde no entanto até sangue arfante de tão vivo de vida poderá quem sabe escorrer e logo se coagular em cubos de geléia trêmula. Será essa história um dia o meu coágulo? Que sei eu. Se há veracidade nela – e é claro que a história é verdadeira embora inventada – , que cada um a reconheça em si mesmo porque todos nós somos um e quem não tem pobreza de dinheiro tem pobreza de espírito ou saudade por lhe faltar coisa mais preciosa que ouro – existe a quem falte o delicado essencial.”

Veja no link abaixo uma entrevista que Clarice Lispector concedeu em 1977, pouco antes de falecer:
http://www.youtube.com/watch?v=9ad7b6kqyok

leitura complementar: crônica "Minha Vizinha Especial"

[sei que esse não é um blog pessoal e sim de trabalho, de um grupo, mas quero apresentar essa crônica que fala de algo que toca em mim de uma forma especial, por falar de "sinceridade", que talvez o seu (sinceridade) excesso tenha sido o meu maior pecado nessa vida.]
Minha vizinha especial

Sábado, 1º de agosto. O relógio digital, ao lado da cama, pulsa em rubros arábicos 7h00AM. Nietzsche, nigérrimo gato com potentes olhos de farol, aguarda pacientemente o meu despertar, na clássica posição de deusa Bastet. Quando abro os olhos, salta, ágil e gracioso, sobre mim. Rotina matinal invariável.
Nesse sábado, estilhaçada pelo som da campainha. Insistente. Levanto-me cambaleante de sono e dirijo-me à porta, com Nietzsche a mordiscar meus calcanhares. Aguarda-nos o radioso sorriso de Brena. Minha vizinha especial. Acena-me com um pequeno retângulo de papel vermelho, decorado com personagens infantis da sua predileção, Pucca e o gato Mio:
_Hei, Jeanne! Hoje é o dia do meu aniversário. Trouxe o convite para a festa.
_Hum parabéns! Quantos anos?
_Dezenove. Você vai à minha festa?
_Talvez eu não possa ir, Brena, mas prometo-lhe um presente. Que tal?!...
Brena encanta-se, como habitual, com o Nietzsche, cópia viva do gato Mio estampado no convite. Acaricia-o. Nietzsche ronrona. Os dois – menina&gato – trafegam pela via alfa da comunicação. Mágica interatividade! Minha vizinha especial tem Síndrome de Down. Quando surpreende alguém a olhá-la fixamente, informa célebre e segura: “Sou especial, mas não diferente!”
“Especial”, segundo Houaiss, significa: “coisa ou pessoa em particular; exclusivo de determinado individuo; ótimo; excelente; que desperta ou evoca coisas boas”. Tem razão, a Brena. Ela é mesmo especial. Molda-se, à perfeição, aos significados dicionarizados. E em mim, particularmente, “desperta ou evoca coisas boas”.
Nesses dois anos de convívio encontro-a no elavador, na garagem, na portaria do prédio aguardando o transporte que vai conduzi-la à escola da rede municipal de Vitória, onde cursa a 7ª série, em perfeita inclusão com os demais alunos -, Brena provou ter o dom de acordar-me a ternura, o encantamento e a poesia. Compaixão? Jamais! Disso, ela não necessita. Estar com a Brenda é banhar-se na essência da pureza. Candura. Além de submeter-nos ao exercício da sua gratínia autenticidade. Quando emite opiniões, extrai o âmago mais recondito das coisas e pessoas. Elimina as “capas” civilizacionais que nos revestem. Seu olhar raio X nos atravessa. Alie-se uma outra característica marcante: intensidade. Quando Brena canta – ouço-a daqui, na biblioteca -, canta em plenos pulmões. Quando dança - e ela adora dançar!-, põe toda a alma. Brena vivencia, no seu cotidiano, os versos de Fernado Pessoa: “Para ser grande, sê inteiro: nada teu, exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes”.
Somente à noite, retorno ao prédio. Dirijo-me ao salão de festas. Os convidados já se foram. Ali, apenas a mãe, o padrasto e a avó. E súbito, surge a aniversariante. Bela. Lembra-me as míticas princesas dos contos de fada. Beijo-a, entregando-lhe o presente.
_Uau!... Lindo, Jeanne! Olha mãe, que lindo!...
Despeço-me. No instante em que abro a porta do elevador, Brena grita:
-Hei Jeanne, eu te amo!
Meus olhos marejam-se. Sei da surprema sinceridade da minha vizinha especial. E relampeja-me, num calafrio, a frase do escritor e cineastra Domingos de Oliveira: “A única coisa que ainda escandaliza hoje em dia é a sinceridade”.
CRÔNICA: Jeanne Bilichi_Jornal A Gazeta. 16 de agosto de 2009.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

atividade 02 - renascimento

Observe atentamente a imagem abaixo para responder às questões de 1 a 3:

[Ticiano, Amor sagrado e profano, 1514]
1 . Descreva os elementos que compõem a cena representada no quadro Amor Sagrado e Profano, do pintor renascentista Ticiano.
.: Que relação você percebe entre o título do quadro e acena nele aopresentada?

2 . A criança que brinca com a água da fonte, entre as duas mulheres, é uma representação do Cupido. Observe a posição central que ocupa no quadro. O que ele pode simbolizar na pintura?

3. O tema desse quadro revela a influência dos ideais estéticos que marcaram a época em que Ticiano viveu? Por quê?

aula 06: classicismo - renascimento

Esta lição visa mostrar como o classicismo surgiu, em que época ele foi mais forte e de onde ele tem maior influência. Também como afetou a sociedade da época. E como este termo pode ser aplicado. Quais foram os principais autores. E uma pequena ênfase em Luiz de Camões.


CLASSICISMO

ORIGEM E CONTEXTO HISTÓRICO

Durante o século XIV, a Europa começava a se preparar para uma grande transformação política, econômica e cultural que teve seu auge ou apogeu nos séculos XV e XVI, chamado de classicismo, também conhecido como quinhentismo, já que se manifestou no século XVI, em l527, quando o poeta Sá de Miranda retornou da Itália trazendo as características desse novo estilo. este fato marcou o início dos tempos modernos. Esse período, pela história passa a ser conhecido como Renascimento, onde o homem passa a ser redescobrir, mudar de valores ter uma nova visão do mundo.

A sociedade que era dominada pelo teocentrismo medieval passa a dar lugar ao antropocentrismo, ou seja, a valorização do homem, onde o homem passa a ser o centro dos estudos e a exaltação da natureza humana, pois o homem começa a entender sua capacidade realizadora:ele pode conquistar, inventar, criar, produzir e fazer qualquer outra coisa. Esse caráter humanista ou antropocêntrico estava esquecido nas "trevas" da Idade Média, embora já estivesse existido na Antigüidade clássica, como exemplo na civilização grega. No início do século XVI, ocorre o renascimento do Antropocentrismo. No Renascimento, as obras passam a perder o primitivismo e a ingenuidade das obras medievais e a ganhar um aprimoramento técnico igual ou até superior as obras da antiguidade.

O homem do Renascimento se identifica na cultura greco-latina que passa a ser os valores da época. Além de Integrar a seu universo artístico os deuses da mitologia grega,isto porque os deuses tem características humanas, como por exemplo, sentimentos, o homem renascentista procura compreender o mundo sob a luz da razão, e faz a associação do equilíbrio entre razão e emoção, as noções de beleza, bem e verdade.

A concepção estética que teve a base no Humanismo e no Renascimento convencionou-se chamar Classicismo, isto porque os clássicos eram os antigos filósofos greco-latinos que por sua influência e saber poderiam ser considerados importantes ao ponto de serem estudado em “classes”.

Classicismo e seu significado
Este termo também teve alguns significados, poderia referi-se a um escritor aristocrático.
pintura típica do classicismo

Outra definição pode ser o classicismo como conjunto de caracteres estéticos, definindo o estilo cultural, artístico e literário de um período, por oposição ao barroco, ao romântico.

Os termos :clássico e classicismo também podem ser empregados a partir de uma mistura de definições de valores, como se arte greco-romana estabelecesse um padrão para toda a arte produzida posteriormente , e periodização histórica.

A oposição clássico/ romântico permitiria explicar, no limite, o desenvolvimento das artes e da cultura na Europa.



CARACTERÍSTICAS
» Imitação dos autores greco-latino: como exemplo: Homero, Aristóteles, que eram gregos; Cícero, Virgílio, Horácio que eram latinos.

Um exemplo da influência desses autores pode ser vista em um trecho do poema de Camões,abaixo :

“As armas e os barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados
Passaram ainda além da Traprobana,
(Camões, Os lusíadas)

» Preocupação com a forma: Rígida exigência quanto a métrica e a rima dos poemas; acentuada preocupação com a correção gramatical, principalmente com a clareza na expressão do pensamento, a sobriedade e a lógica; preocupa-se com a observância das distinções ou diferenças entre os gêneros literários.
» Construção frasal: ocorre a inversão dos termos na oração e de outras no mesmo período, isto devido a influência latina.
» Utilização da mitologia greco-latina: para dar um efeito mais artístico, porque os personagens mitológicos simbolizam ações, demonstram sentimentos e atitudes humanas.
» Universalidade e impessoalidade: ampla preocupação com as verdades eternas e universais, não levando em conta opiniões particulares e o pessoal, não se tem opinião do autor.
» Temas de interesse da época: como os descobrimentos e as expansões marítimas.
» Idealismo: A arte clássica era naturalista e objetiva; a realidade era idealizada pelo artista. A mulher amada era descrita como um ser celestial, igual aos anjos; a natureza era vista como uma região paradisíaca, onde a paz e a harmonia de bosques e florestas eram mostradas.



PRINCIPAIS AUTORES PORTUGUESES
Luís Vaz de Camões: (1525?-1580), O escritor mais conhecido e destacado do classicismo português. Escreveu poesias líricas e épicas, além de várias peças teatrais. A obra Os lusíadas, foi publicada em 1572 , mostra muito bem como era a visão do mundo e dos homens na época, algo próprio do classicismo. Serviu como matéria informativa, ou melhor, como uma reportagem de um dos fatos mais importantes da história portuguesa. O poema tem como tema principal a narração da viagem de Vasco da Gama as Índias,o enfoque maior é no povo português, em como conseguiu conquistar novas terras, por isso o enfoque é no povo e não em alguém específico.

Francisco de Miranda: (1495-1558), seus trabalhos giraram em torno da poesia e a comédia. Por ter vivido algum tempo na Itália, ele introduziu em Portugal o soneto,uma nova forma poética com base na arte renascentista.

Bernardim Ribeiro: (1482-1552), sua obra de destaque foi Menina e Moça, publicado em 1554.

Antônio Ferreira: (1528-1569), Sua obra principal foi A castro (ou Tragédia de d.Inês de Castro), escrita em versos, publicada em 1587, em Portugal.

Como Luis de Camões foi o mais destacado e conhecido poeta português deste período, será dado maior ênfase a ele.

CAMÕES LÍRICO
A base do amor para os poetas clássicos fundamentava-se, em três pensamentos diferentes: o racionalismo, a idealização e o espiritualismo.

Outro poeta que influenciou os poetas portugueses, foi o filósofo grego Platão.

PLATONISMO
Platão, (129-347 a.C), influenciou muitas das poesias de Camões. Principalmente no que se refere a Beleza e ao Amor. Para Platão,que tinha um pensamento meio espiritual, nossa alma, que segundo ele está presa ao corpo na vida terrena, passa a ligar-se a beleza, isto porque a pequena memória de uma Beleza soberana contemplada em outro universo. O amor platônico é na verdade, a supremacia em direção a Beleza que ultrapassa a pessoa e os prazeres dos sentidos

domingo, 2 de agosto de 2009

atividade: 01 - renascimento

Composição: Rita Lee / Roberto de Carvalho / Arnaldo Jabor
Amor é um livro
Sexo é esporte
Sexo é escolha
Amor é sorte...
Amor é pensamento
Teorema
Amor é novela
Sexo é cinema..
Sexo é imaginação
Fantasia
Amor é prosa
Sexo é poesia...
O amor nos torna
Patéticos
Sexo é uma selva
De epiléticos...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Uh!
Amor é para sempre
Sexo também
Sexo é do bom
Amor é do bem...
Amor sem sexo
É amizade
Sexo sem amor
É vontade...
Amor é um
Sexo é dois
Sexo antes
Amor depois...
Sexo vem dos outros
E vai embora
Amor vem de nós
E demora...
Amor é cristão
Sexo é pagão
Amor é latifúndio
Sexo é invasão
Amor é divino
Sexo é animal
Amor é bossa nova
Sexo é carnaval
Oh! Oh! Oh!
Amor é isso
Sexo é aquilo
E coisa e tal!
E tal e coisa!
Uh! Uh! Uh!
Ai o amor!
Hum! O sexo!

Rita Lee apresenta nessa canção, várias definições para amor e sexo. Essa distinção entre os dois termos definidos pode representar a visão contemporânea da diferença entre o amor platônico e profano? Justifique com elementos da letra.